Cada dia vemos mais e mais a banalização da moda e de seus produtos comercializados. Antes o efêmero era uma característica que agregava valor aos produtos e à coleção, hoje virou um defeito e truque de mercado. Diminuiu a criatividade, a durabilidade, a qualidade dos produtos, a consciência e a responsabilidade social e econômica tanto das marcas quanto dos consumidores. Tudo pela busca do imediatismo consumista de satisfazer um capricho da economia quanto de um problema social e psicológico do “quero agora” e “preciso disso, para ser feliz”. O Fast Fashion se apoderou desses dois grandes males que sociedade vive nesse momento: a crise de ansiedade que quase todos sofrem e a crise econômica financeira que toda a economia m undial v ive.
Muitos esqueceram do significado da palavra moda ou que a moda é uma ciência e não apenas produtos comercializados em lojas. Na realidade a moda é uma maneira de expressão social por meio de suas vestimentas, ela informa o comportamento de uma determinada época, de opiniões, costumes e gostos, além de mostrar uma forma de agir e muitas vezes é uma expressão política e social. Não são produtos criados sem uma função. Atualmente, o que acontece está deixando o verdadeiro sentido da moda e transformando em apenas em consumismo, expondo o problema psicológico e social que estamos passando. Um vazio.
A resposta está sendo enviada, o Slow Fashion veio na contra mão de tudo que o Fast Fashion prega. É como uma “solução” social e econômica dessa crise de ansiedade e de dinheiro que estamos vivendo. Mostra que a moda não precisa ser efêmera da maneira como está sendo usada, que o descarte rápido de coleção e produtos comercializados não representam a verdade, o que é moda e o que é um verdadeiro criador.
A velocidade que os produtos vêm sendo lançados pelas grandes marcas, não é a realidade de uma verdadeira “criação” ou desenvolvimento de produto. Conseguir entender uma necessidade e criar, ou seja, desenvolver uma solução para elas, não correspondem ao tempo que hoje as coleção são lançadas e liquidadas em lojas. Já vemos grandes marcas, marcas boas e caras que a cada dois meses ela promovem uma liquidação ou uma promoção, bem antes do fim da estação, em seguida adianta uma nova coleção já da próxima estação só para gerar mais vendas, “suprindo” a crise da ansiedade de suas consumidoras. Ok, ela solucionou ou alimentou o problema?&nbs p;
Aos mesmo tempo que aumenta o consumo por “novidades” as peças diminuem sua vida útil, aumentando o descarte e o “fora de moda”, com isso foi desenvolvido um novo hábito, baixa qualidade na matéria-prima, maior lucro, por tanto mais facilidade para liquidar e continuar a ter lucro. O Slow Fashion já se comporta de outra maneira, como seus produtos demoram para serem desenvolvidos, ele necessita de melhor qualidade, pois não vão “cair de moda” tão rápidos, busca-se o verdadeiro sentido do Comércio Justo e Preço Justo.
O Slow Fashion retomou a antiga prática das grandes casas de moda, na qual cada marca que prega esse slogan de Slow Fashion, busca uma identidade própria, respeitar o DNA para ser diferente, atender às necessidades de seus clientes com o desenvolvimento de produtos. Com isso, busca por matérias-primas melhores e mais diferentes, mais qualidade e durabilidade. Como seu problema não é quantidade, o Slow Fashion não faz seleção por fornecedores e mão-de-obra mais barata e, sim, por aquele que representa o tipo de produto que o consumidor que esperar alcançar. O conceito também prega uma cadeia mais saudável no qual todos crescem: marca, fornecedores e mão-de-obra. Nenhum é estrangulado por melhore s pre&cc edil;os, todos são remunerados pelo tipo de qualidade que oferecem.
A aproximação do cliente com a marca de Slow Fashion faz com que ele participe e saiba de todo o processo do desenvolvimento do produto desde a sua origem, de como é feito até o processo final que é a venda.
O Slow Fashion tornou o mercado de moda algo mais humano, no qual sua origem e fabricação é mais importante do que o preço, aumentando a identidade da marca e a diferenciação das outras. As marcas em sua maioria não trabalham com liquidação, pois fazem a prática do Comércio Justo, diminuindo o problema da guerra de preço que o mercado usual estabeleceu. Não se repete o que as grandes marcas fazem comerciais fazem ao oferecer menos criações, mais cópias das internacionais, com isso todos oferecem produtos similares, com diferenças apenas entre a qualidade e o markup.
A Moda Lenta para os estilistas e os designers que trabalham assim, é a melhor resposta e respeito que foi encontrada para suas “criação” pois não é praticado o descarte, “fora de moda” ou “efêmero”.
A cada produto desenvolvido é aumentada sua vida útil e singularidade.